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Postado em: 17/08/2020 - 13h20 | Redação

Governo que aprovar contratação por hora

A mais nova investida do governo Bolsonaro contra os trabalhadores, apresentada pelo ministro da Economia,  Paulo Guedes, é mudar a forma de pagamento das empresas de mensal para ‘por hora’. Eles querem autorizar as empresas a contratarem até 50% do seu quadro de trabalhadores ganhando por hora trabalhada, tendo como base o salário mínimo (R$ 1.045,00), em vez do salário mensal.

Se a proposta for aprovada, um dos primeiros impactos para os trabalhadores brasileiros,  será a redução salarial, alerta a assessora econômica do Sindicato e professora da Unicamp,  Marilane Teixeira.

As horas trabalhadas semanais podem não chegar sequer ao valor do salário mínimo, diz Marilane. Segundo ela, 11 milhões de pessoas trabalham em média 14 horas semanais. Outros 22,7 milhões variam de 15 a 39 horas, e a maioria, 44 milhões, trabalha de 40 a 44 horas por semana. Já o número de trabalhadores acima de 45 horas é de 19 milhões. O trabalhador que exerça atividade de segunda a sexta, durante oito horas poderá receber R$ 836,00 – valor R$ 209,00 abaixo do salário mínimo.

Marilane lembra que o trabalho intermitente, legalizado na reforma do governo Temer, também prevê o pagamento por hora trabalhada, mas o contrato não é contínuo e sem intervalos, e é exatamente a possibilidade da empresa contratar “para sempre” um trabalhador por hora que Guedes quer implementar agora, diz.

O conceito do governo é o de reduzir o valor do salário, mas ganhar em termos de arrecadação com o aumento da massa trabalhadora. Mas, em tempos de crise econômica, as empresas não vão contratar mais, avalia a economista. “O resultado será uma queda brutal em termos de renda, aumento da insegurança, queda do consumo e economia completamente estagnada”, salienta.