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Postado em: 01/06/2020 - 22h23 | Redação

Morte por Covid-19 continua crescendo na periferia

Os distritos mais pobres da capital paulista são também os que registram mais mortes por Covid-19 e nem assim a prefeitura de São Paulo barrou a reabertura do comércio.

Os 20 distritos mais pobres registraram crescimento de 348% nas mortes pela infecção entre 17 de abril e 27 de maio, partindo de 474 para 2.127 óbitos. Este número representa 28,4% do total de mortes registradas na cidade no período, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde.

As piores situações seguem sendo as dos distritos de Brasilândia, na zona norte, com 209 mortes, e Sapopemba, na zona leste, com 205. A zona sul teve crescimento significativo, com vários distritos superando os 100 óbitos no período: Grajaú (183), Capão Redondo (163), Jardim São Luís (157), Jardim Ângela (156), Cidade Ademar (151), Jabaquara (123) e Capela do Socorro (110).Na zona leste, que tem o maior número de mortes, sete distritos registram mais de 100, além de Sapopemba: Itaquera (139), Cidade Tiradentes (131), Itaim Paulista (122), São Mateus (121), Cangaíba (106), Jardim Helena (103) e Lajeado (102).

Na zona norte, além da Brasilândia, ultrapassaram as 100 mortes dos distritos: Tremembé (149), Cachoeirinha (140), Freguesia do Ó (124), Vila Medeiros (106), Pirituba (105) e Jaraguá (101).

Um dos agravantes para o enfrentamento da pandemia na periferia é essas regiões possuem menos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com um máximo de oito para cada 100 mil habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 30 para cada 100 mil. Na capital paulista, 60% dos leitos de UTI estão concentrados em três distritos: Sé, Vila Mariana e Pinheiros.

Lockdown

Para o ex-ministro da Saúde e médico sanitarista Arthur Chioro, a situação mostra a consolidação de uma “periferização” da Covid-19. Para ele, o grande desafio agora é conseguir efetivar o isolamento das pessoas contaminadas assintomáticas ou sintomas leves, que podem espalhar ainda mais a pandemia. “Nesse momento, (o mais preocupante é) a inexistência de centros de isolamento para pessoas infectadas, que vivem em situações precárias, poderem ficar esses catorze dias, à semelhança do que foi organizado na favela de Paraisópolis, por exemplo, é gritante”, afirmou.

Chioro considera urgente a decretação de lockdown em São Paulo, mas sem esses espaços de isolamento, a medida já não seria tão efetiva.

*Com informações Rede Brasil Atual