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Postado em: 04/05/2020 - 15h22 | Redação

“Fora Bolsonaro” foi a palavra de ordem do 1º de Maio

Pela primeira vez na história do país as centrais sindicais não puderam sair às ruas no 1º de Maio para protestar. Mas, seguindo as recomendações de segurança, os protestos aconteceram online, durante toda a semana.

O grito “Fora Bolsonaro” foi ouvido em todos os debates da semana e também nas quatro horas de transmissão ao vido do 1º de Maio Solidário – saúde, emprego e renda – em defesa da democracia.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, ressaltou em sua fala a resistência dos trabalhadores frente ao maior inimigo dos brasileiros, o presidente  Bolsonaro, o que mais tirou direitos da classe trabalhadora em toda a história do Brasil.

“O ‘Fora, Bolsonaro’ precisa ser mais do que uma palavra de ordem para nós. Bolsonaro precisa sair porque o povo não merece viver a situação que está vivendo. Merece retomar o caminho do crescimento econômico caminho da geração de emprego das políticas sociais da tranquilidade social da igualdade e da melhoria dos serviços públicos e isso virá com a luta. Só na luta na pressão popular vamos afastar Bolsonaro e construir o país que queremos”, afirmou o sindicalista.

Nobre disse ainda que Bolsonaro não tem condições de governar o país, nem estrutura para ser presidente. “Faria um bem enorme a ele próprio e ao povo brasileiro se renunciasse e chamasse novas eleições, mas ele não vai fazer isso porque isso seria um ato de grandeza, e ele não tem”, ressaltou.

Para a ex-presidenta Dilma Rousseff, Bolsonaro não se envergonha de promover a desordem, a destruição da ordem democrática e não está preocupado em salvar vidas humanas. “Em vez de proteger os trabalhadores e os mais vulneráveis o presidente os entrega à própria sorte. O governo tem dinheiro para ajudar os bancos, mas nega apoio aos trabalhadores que estão perdendo condições de vida para se sustentar”, disse a ex-presidenta.

Um dos momentos mais aguardados do programa foi a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente prestou solidariedade aos familiares de vítimas do coronavírus e “a todos aqueles que estão lutando para salvar vidas contra um vírus desconhecido”.

Lula mandou uma mensagem de esperança a todos: “como brasileiro tenho certeza que sairemos dessa tragédia para um Brasil melhor. Agora, em plena tempestade, os brasileiros revelam que são generosos, tolerantes, solidários e é com esse espírito, essa alegria, essa criatividade que estamos todos vamos sair das trevas e fazer chegar o mais depressa possível o amanhecer da justiça social, da liberdade e da igualdade”

Em sua participação, o ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que 2020 é mais um ano difícil para a classe trabalhadora. “É o quarto ano consecutivo de ataques aos direitos, com Temer e Bolsonaro. Eles atacaram todas as conquistas históricas, desde 1920”.

Para Haddad, a tarefa é resistir mais uma vez, combater o neoliberalismo, eleger representantes de trabalhadores nas próximas eleições e cobrar deles o necessário para voltar a ter direitos.

A ‘live’ do 1º de Maio da CUT e demais centrais foi recheada com depoimentos emocionados de internautas e artistas que contaram porque e por quem ficam em casa. Os atores Rodrigo Santoro, Cauã Reymond, Renato Aragão, o Didi, dos Trapalhões e Lilia Cabral foram algumas das personalidades a pedir para que os brasileiros fiquem em casa durante a pandemia.

A boa música também fez parte da programação. Diversos artistas animaram a live e mandaram suas mensagens de esperança.

Odair José, Aíla, Preta Rara, Dead Fish, o grupo Mistura Fina, Zeca Pagodinho, além de outros, deram o tom musical da live.

Leci Brandão apareceu na tela dizendo “Deus ilumine cada trabalhador e trabalhadora desse Brasil” e logo vieram os primeiros versos de Canção Da América de Milton Nascimento, apenas com sua voz e a bela melodia no violão.

Logo após a participação, foi feita uma breve homenagem à cantora Beth Carvalho, que faleceu exatamente há um ano.

Leci Brandão e Beth Carvalho, dois dos maiores nomes da música brasileira sempre estiveram à frente na luta pela consciência de classe. Sempre participaram das celebrações do 1° de Maio da CUT e centrais sindicais.

Mas a grande expectativa do dia ficou por conta da participação internacional de Roger Waters, ex-integrante da banda inglesa Pink Floyd e ferrenho crítico de Bolsonaro. Rogers é famoso pelo engajamento político e pelo apoio à esquerda. O cantor participou com um vídeo da música “We Shall Overcome”.

*Com informações da CUT