Prefeitura distribui remédios prestes a vencer
O prefeito de São Paulo, João Dória, anunciou, em fevereiro, que empresas farmacêuticas doariam remédios para o sistema de saúde da capital. Mas ele esqueceu de anunciar que os medicamentos estavam próximos da data do vencimento.
Em matéria para a CBN, a jornalista Alana Ambrósio apurou que os medicamentos doados pelas empresas tinham um valor total de R$ 35 milhões, caso fossem comprados pela prefeitura. No entanto, como contrapartida, o Governo do Estado de São Paulo isentou essas empresas do ICMS por três meses, ou seja, R$ 66 milhões de impostos deixaram de ser arrecadados.
Outro custo assumido pela prefeitura é em relação ao descarte dos medicamentos vencidos. A incineração desses materiais custa, em média, 20 reais o quilo. O edital diz que as empresas podem fazer doações de medicamentos com vencimento acima de seis meses, enquanto a venda para hospitais privados e farmácias exige que os produtos tenham validade acima de um ano.
A reportagem encontrou nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) medicamentos de uso contínuo com a validade muito próxima de vencimento, como o Omeoprazol, remédio de uso contínuo para o estômago, que tem vencimento para julho. Ou ainda o antibiótico Claritromicina, que vence ainda em junho. Após a data de validade, as empresas farmacêuticas não garantem mais a eficácia dos medicamentos.