Dieese divulga balanço das negociações salariais
O balanço das negociações salariais de 2017 divulgado esta semana pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revela diminuição no número de reajustes realizados em 2017.
Segundo a Instituição, apesar de ser comum que o número de reajustes analisados seja diferente de ano para ano, porque nem sempre é possível registrar as informações relativas a todas as unidades de negociação que compõem o painel, a queda no número de registros verificada em 2017 não é usual. É possível que tal fato seja efeito da reforma trabalhista inscrita na Lei 13.467.
O departamento também aponta que em 2018, ao que tudo indica, as negociações coletivas serão praticadas em um ambiente econômico desfavorável, agravado pelas incertezas causadas pelas mudanças na legislação trabalhista, que impactam fortemente a jurisdição do trabalho, assim como foi em 2017.
Dos reajustes salariais analisados pelo Dieese em 2017, cerca de 63% resultaram em ganhos reais ao salário, em geral, um pouco acima do INPC/IBGE. Desses, mais da metade registraram ganhos de até 0,5%, e quase 80% de até 1%.
Reajustes em valores iguais à inflação, sempre considerando o INPC/IBGE como referência, representaram 29% do painel analisado; e reajustes inferiores à inflação, 8%. Estes, em particular, também ficaram próximos à inflação: 44% registraram perdas de até 0,5% e 65% de até 1%.
A nota técnica do Dieese afirma: “Talvez o problema dos trabalhadores nos processos negociais não seja a reposição do valor real dos salários, que – dadas as baixas taxas inflacionárias – não deve enfrentar resistências do empresariado. As dificuldades devem surgir no âmbito das negociações das cláusulas sociais, onde se concentra agora a ofensiva patronal pela flexibilização dos direitos trabalhistas”.