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Postado em: 22/06/2018 - 11h31 | CUT

Desabastecimento e alta da conta de luz geram inflação

O desbastecimetno causado pela paralisação dos caminhoneiros e a alta das contas de luz provocaram um aumento geral nos preços dos produtos.  O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do País, subiu 1,11% em junho, após alta de 0,14% em maio. A taxa repete a de junho de 1996 e foi a maior variação para um mês de junho desde 1995 (2,25%), de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na manhã de ontem (21).

Cerca de 60% das despesas das famílias foram comprometidas só com os gastos com alimentação e bebidas (1,57%), habitação (1,74%) e transportes (1,95%). Esses grupos, segundo o IBGE, foram os principais responsáveis pela aceleração do índice em junho.

O grupo dos Alimentos, por exemplo, acelerou em junho, atingindo 2,31%, com destaque para os preços de itens como batata-inglesa (45,12%), cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%).

Contas de luz são reajustadas, de novo, em 5,44%

No grupo Habitação (1,74%), o destaque foi para a energia elétrica, que apresentou alta de 5,44%, representando o segundo maior impacto individual no índice de junho. Os preços do gás de botijão também aceleraram, ficando, em média, 2,60% mais caros.

Gasolina sobe, mais uma vez,  6,98%

Já nos Transportes (1,95%), o grupamento dos combustíveis que havia caído 0,17% em maio subiu 5,94% em junho. O destaque foi a gasolina (de 0,81% em maio para 6,98% em junho), responsável pelo maior impacto individual no índice, o que representa 28% do IPCA-15 de junho. O etanol acelerou em junho (2,36%), após a deflação (-5,17%) registrada em maio. O óleo diesel subiu 3,06%, após a alta de 3,95% de maio.

Para o técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Alexandre Ferraz, a forte crise tende a fazer com que a inflação volte aos índices de dois meses atrás, mas as contas de luz, a gasolina, o gás e outros preços vão continuar pesando no bolso dos trabalhadores e trabalhadoras.

“A tendência é que esse efeito sazonal normalize [inflação alta] pressionado, principalmente, pelos altos índices de desemprego. A cebola e o leite devem baixar, por exemplo, e tem uma possibilidade de baixa também do transporte público. Aliás, a população tem de ficar atenta porque já que baixou o diesel, tem espaço para diminuir a tarifa do ônibus”, diz Ferraz.