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Postado em: 04/01/2007 - 14h00 | Redação

Presidente Lula toma posse para segundo mandato

Em discurso de 35 minutos no plenário do Congresso Nacional, Lula prometeu mais esforços para assegurar um crescimento econômico maior do que o obtido em seu primeiro mandato. Ele citou o pacote de medidas para “destravar” a economia, que deve ser anunciado ainda em janeiro. Também citou reformas necessárias, como a tributária, para complementar as mudanças.

“É necessário que este crescimento esteja inserido em uma visão estratégica de desenvolvimento. É preciso uma combinação ampla e equilibrada do investimento público e do privado. Para isso temos de desobstruir os gargalos e de romper as amarras que travam cada um destes setores. Isso significa ampliar e agilizar o investimento público, desonerar e incentivar o investimento privado”, afirmou.

Lula reconheceu que somente o investimento público não pode “garantir sozinho” o crescimento. “Porém, ele é decisivo para estimular e mesmo ordenar o investimento privado. Estas duas colunas, articuladas, são capazes de dar grande impulso a qualquer projeto de crescimento”. O presidente também convocou parlamentares para discutir, em conjunto com o poder Executivo, as mudanças necessárias para avançar na reforma tributária.

O presidente ainda ressaltou que tem “claro” que nenhum país consegue firmar uma “política sólida” de crescimento se os juros forem mais altos do que a taxa média de retorno dos negócios. Na seqüência, reafirmou que pretende expandir o crédito do país a uma meta de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) até o ano de 2010.

O povo é “opinião pública do país”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que sua reeleição foi uma decisão livre e consciente do povo, sem a influência de “feitores”. Para Lula, a reeleição significa uma vontade de mudança da população que estava reprimida há anos. “Este povo constitui a verdadeira opinião pública do país que alguns pretenderam monopolizar”.

Descartou a idéia de que a votação nele ocorreu em troca de benefícios. “Não faltaram os que, tentaram desqualificar a opção popular como fruto da sedução que poderia exercer sobre ela o que chamavam de “distribuição de migalhas”. Os que assim pensam desconhecem o que é um povo sem feitores, capaz de expressar-se livremente”, afirmou.

Aos opositores o presidente disse. “Não peço a ninguém que abandone suas convicções. Não desejo que a oposição deixe de cumprir seu papel livremente. Concetremos o debate nos grandes desafios colocados para o nosso país e para o mundo. Que estejamos à altura do que necessita e deseja o nosso povo”, destacou.

No Parlatório
Por volta das 18h10, do dia 1º de janeiro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu a rampa do Palácio do Planalto, acompanhado pelo vice, José Alencar, para dar início ao segundo mandato e fazer o primeiro pronunciamento à nação no Parlatório.

Milhares de pessoas o aguardavam desde cedo na Praça dos Três Poderes – enfrentaram a chuva que durante todo o dia – Lula prometeu dar a vida para cumprir o compromisso de continuar fazendo do Brasil um país mais justo, menos desigual e plenamente democrático.

“Quero olhar na cara de cada homem e de cada mulher e dizer para vocês: eu e o companheiro José Alencar, se for necessário, daremos a nossa vida para que a gente possa cumprir cada palavra e cada compromisso que assumimos com vocês, para que a gente possa fortalecer a democracia do nosso País, para que a gente possa garantir que a parte mais pobre da população seja tratada com o respeito e com a decência que deveria ter sido tratada há muito tempo”, disse.

Lula voltou a lembrar que é presidente de todos os brasileiros, sem distinção, mas ressalvou: “Não se enganem: mesmo sendo presidente de todos continuarei fazendo o que faz uma mãe. Cuidarei primeiro dos mais necessitados, mais fragilizados, daqueles que mais precisam do Estado brasileiro”.

Agradecimento
O presidente aproveitou a cerimônia para fazer agradecimentos ao povo que o reelegeu, do qual se disse “profunda e eternamente” grato.

“Em momentos difíceis, quando alguns imaginavam que o jogo tinha acabado, o povo entrava em campo e dizia claramente: nós construímos a democracia deste País e nós vamos sustentar a democracia, custe o que custar, doa a quem doer”, afirmou o presidente.

“Os trabalhadores conquistaram o direito de entrar nesta Casa como se esta Casa fosse a casa deles, porque não pode ser diferente, o palácio de um governo tem que ser o palácio do povo”, disse, lembrando que, normalmente, os palácios presidenciais só recebem autoridades e pessoas da elite.
“Este Palácio precisa aprender a receber as minorias marginalizadas deste País. Este Palácio precisa aprender a receber os negros, os índios, as mulheres”, reforçou.

Segundo mandato
O presidente disse ainda que os próximos quatro anos serão mais compensadores e de trabalho duro, porque, “vamos trabalhar mais do que trabalhamos no primeiro mandato, porque já conhecemos o caminho das pedras, já conhecemos onde é que as coisas, muitas vezes, emperram”.

De acordo com o presidente, a principal tarefa, agora, é fazer a economia brasileira crescer, para gerar mais empregos com carteira assinada e promova a inclusão social. “Aí, sim, o trabalhador brasileiro vai estar mais qualificado e vivendo um pouco melhor”, concluiu.

Nesse ponto, voltou a falar sobre o pacote de medidas que será anunciado nos próximos dias, afirmando que ele foi discutido com todos os setores as sociedades e que o momento é de confiança e otimismo.

“Aqueles que apostarem no fracasso do Brasil serão derrotados”, frisou. “Aqueles que acreditarem que este País nasceu para ser um país de crescimento inibido, para ser um país de eterno pequeno crescimento, podem começar a se preparar, porque este País vai ter um crescimento vigoroso”.

Ele destacou que, no segundo mandato, o crescimento econômico continuará acompanhado de distribuição de renda e educação de qualidade, de maneira que o povo possa viver com mais dignidade.