Debate Precoce
Uma das virtudes da democracia é o exercício do voto, o direito que o cidadão tem de escolher seus representantes no parlamento e seus governantes. Em ano eleitoral, o debate político, a defesa de projetos e propostas tornam-se expressão máxima desse processo. Mas isso tem que ser no tempo certo, nos períodos de campanhas eleitorais.
No caso das eleições de 2006, ao que parece, querem antecipar esse debate, querem colocar sob julgamento um governo que está a pouco mais da metade de seu mandato. Com isso, não prejudicam um partido, ou um governante, mas a todo o povo brasileiro. O papel da oposição, na democracia, é criticar, apontar equívocos do governo de plantão. O problema, atualmente, é que os derrotados nas eleições presidenciais passadas não praticam fiscalização; fazem apenas um tipo de marcação, de olho no calendário eleitoral.
É saudável para a democracia a atuação da oposição. Mesmo porque, há sim motivos de críticas ao governo e qualquer desvio de conduta tem que ser apurado. Mas tem que haver seriedade e responsabilidade na crítica. Do jeito que estão fazendo, é puro palanque de olho em 2006.
Por trás dessa postura pode estar muito mais do que a legítima atuação oposicionista. Incomoda muita gente o fato de um partido nascido das classes populares e dos movimentos sociais ter eleito um presidente de origem humilde como a grande maioria do povo brasileiro. E o que é melhor, mas eles acham pior: fazendo um governo voltado para os interesses da maioria da população.
A diretoria colegiada