Colômbia é um dos países mais perigosos para os sindicalistas
Preocupada com os crescentes números de violência contra os sindicalistas, a Anistia Internacional (AI) publicou um informe onde denuncia a existência de agressões sistemáticas contra sindicalistas envolvidos em disputas trabalhistas e em campanhas contra privatizações e a favor dos direitos dos trabalhadores em algumas zonas onde desenvolvem sua atividade.
O informe “Homicídios, detenções arbitrárias e ameaças de morte: a realidade do sindicalismo na Colômbia”, a Anistia Internacional supõe que os paramilitares, respaldados pelo exército, e a forças de segurança estejam por trás da maioria das agressões. “Segue aplicando uma estratégia militar-paramilitar coordenada, que tem como objeto afetar o trabalho dessas pessoas, tanto por meio de eliminação física, como tentando desacreditar a legitimidade das atividades sindicais”, denuncia o informe.
Segundo a diretora do programa regional para América da AI, Susan Lee, uma mensagem está sendo enviada aos sindicalistas da Colômbia com a seguinte ameaça: “Não se queixem de suas condições trabalhistas nem façam campanha para proteger seus direitos porque os faremos calar a qualquer preço”.
O documento apresenta também casos de abusos contra os direitos humanos dos que têm sido vítimas e seus familiares que trabalham na Colômbia. “Converteram os sindicalistas em objeto de abusos contra os direitos humanos devido à sua filiação política ou a outros fatores amenos a suas atividades sindicais. Sem dúvida, existe uma constante de abusos contra os direitos humanos de sindicalistas envolvidos no contexto de conflitos trabalhistas, o que indica que se ataca sindicalistas devido precisamente ao seu trabalho como tais”, manifestou o informe.
De acordo com a AI, a crise de direitos humanos segue sendo grave na Colômbia. Apesar das medidas que as autoridades colombianas tomaram para melhorar a segurança dos sindicalistas, ainda faltam ações mais efetivas para por fim à impunidade.
Uma das oportunidades para conseguir isto é a aplicação do Acordo Tripartide, assinado pelo governo colombiano, representantes dos empresários colombianos e as centrais sindicais da Colômbia em junho de 2006, com a proteção da OIT (Organização Internacional do Trabalho). O acordo estabelece a presença permanente da OIT na Colômbia para vigiar a aplicação do direito à liberdade sindical no país e os progressos realizados nos esforços para impulsionar a investigação dos homicídios de sindicalistas.
“Já é imperativo que as autoridades colombianas, as empresas multinacionais e colombianas e o movimento internacional dos trabalhadores atuem conjuntamente com o escritório da OIT em Bogotá para garantir que se investiguem todos os casos de ameaça e agressão contra sindicalistas e familiares”, destacou a AI.
No informe, a AI pede à comunidade internacional que façam esforços para garantir o direito a liberdade sindical na Colômbia e que as empresas com atividades no país utilizem sua influência com o governo colombiano para deter e prevenir os abusos contra os direitos humanos dos quais são vítimas os sindicalistas.
Fonte agência adital www.org.br