Bolsonaro incita brasileiros a saírem às ruas contrariando todas as recomendações de saúde
Contrariando todas as recomendações de líderes políticos mundiais e autoridades de saúde, o governo Bolsonaro está incitando seus eleitores a saírem às ruas, abrirem o comércio e voltarem às suas atividades normais.
Hoje, 27, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) enviou uma carta aberta ao presidente questionando sobre a campanha “O Brasil não Pode Parar” e ameaça ir à justiça para responsabilizar Bolsonaro por consequências pelo fim do isolamento social que visa diminuir os impactos da pandemia de coronavírus no país.
O governador de São Paulo, João Dória, foi ameaçado por seguidores de Bolsonaro e também alvo de protestos durante coletiva de imprensa hoje, no Pacaembu.
Dória lamentou a campanha contra a quarentena decretada no Estado até o dia 7 de abril , disse que não tem medo de “bolsominions” e chamou o presidente de irresponsável. “Como governador de São Paulo vou trabalhar para salvar vidas. Ainda que me custe o dissabor de ver parte do meu povo seguindo um irresponsável. Não me põem medo. Vamos continuar o que temos que fazer para proteger pessoas. Estamos empenhados em salvar vidas. ”
O prefeito Bruno Covas lembrou que só o comércio está fechado e que as atividades industriais não foram afetadas pela quarentena. “É necessário conter o vírus agora. De que adianta o comércio aberto se amanhã não tivermos consumidores vivos”.
O embate n0 Brasil acontece no mesmo dia em que autoridades italianas assumem o erro por não terem paralisado a Itália no início da pandemia.
Nas últimas 24 horas a Itália registrou 919 mortes.
No Brasil, nas últimas 24 horas, foram registradas 15 mortes e o total subiu para 92. O número de casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde, é de 3.417. Porém, como nem todos os casos são testados e o diagnóstico é difícil, estimasse que o número correto de infectados seja cerca de dez vezes mais.
O isolamento social é a forma mais rápida e eficiente para tentar diminuir o crescimento das contaminações. O objetivo é evitar o colapso do sistema de saúde que não tem leitos suficientes para atender uma demanda tão grande.