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Postado em: 07/03/2005 - 08h00 | Redação

Uma história de muita consciência

Há 10 anos, os Químicos e Plásticos de São Paulo e região deram um grande
passo para fortalecer as lutas dos trabalhadores: a unificação das duas
categorias numa única entidade de classe. Ousados, se anteciparam e
concretizaram há uma década o desejo de outras categorias, que só mais
recentemente estão debatendo a unificação, como mecanismo de solidificar sua
representação sindical, ampliar seu poder de pressão junto ao patronato e
adequarem-se ao novo modelo de organização que deve originar-se a partir da
reforma sindical em curso.

Mas a ousadia sempre foi a marca registrada desta categoria. Eles foram
parceiros de primeira hora no desafio à ditadura militar que fez nascer um novo
modo de fazer o sindicalismo brasileiro. Se uniram aos metalúrgicos, bancários e
outras categorias e foram peça-chave na grande empreitada que foi a fundação da
Central Única dos Trabalhadores, em 1983, criada em plena ditadura militar e que
foi um dos pilares para a reconquista da democracia em nosso país.

Nos três Congressos estaduais da CUT/SP que se seguiram, após a fundação da
estrutura estadual (1985 a 1988), a categoria química esteve à frente da
direção, com Jorge Coelho na presidência, o que demonstra a sua importância na
luta dos trabalhadores. Agora, 20 anos depois de sua fundação, a CUT/SP, em sua
10ª direção executiva também tem um químico na presidência, o companheiro
Edilson de Paula. E em todas elas, o ramo esteve sempre representado em outros
cargos.

Uma prova inequívoca da sua combatividade. A categoria nunca recuou nas lutas
da nossa classe e foi pioneira na batalha por várias bandeiras históricas da
CUT. A redução da jornada de trabalho é um exemplo. Três anos antes da
Constituinte, que determinou a redução de 48 para 44 horas semanais, químicos e
plásticos fizeram uma grande greve geral, e conquistaram quatro horas a menos em
sua jornada.

E, ao longo destes últimos anos, com a globalização da economia e o modelo
neoliberal que fazem de tudo para precarizar as condições de trabalho, os
químicos e plásticos foram uma das categorias que resistiram às investidas
patronais e não tiveram direitos e conquistas atacados. Tudo isso, certamente, é
fruto da consciência de classe de cada trabalhador e cada trabalhadora do ramo
que, mesmo em tempos difíceis – como foi o da ditadura militar e o da última
década, que é o desemprego – nunca se intimidaram e sempre foram exemplo para
outros setores.

Assim, para nós, da CUT, é um orgulho compartilhar estes 10 anos de
unificação da categoria, hoje a maior do ramo no Brasil.


Matéria publicada na Revista Especial 10 anos de Unificação, de
10/09/2004