Opinião: Hexa Brasil
O célebre dramaturgo e cronista esportivo, Nelson Rodrigues, definiu que o Brasil, em época de Copa do Mundo, é a “Pátria de chuteiras”. Expressava, assim, a paixão da torcida brasileira pela sua seleção. Ele viveu momentos de glória, como em 1958, 1962 e 1970, quando a equipe chamada canarinho sagrou-se tricampeã do mundo. Também viu a comoção nacional nas derrotas de 1950, em pleno Maracanã, e quatro anos mais tarde, na Europa.
Depois de 1970 o Brasil só viria a conquistar uma Copa do Mundo em 1994. Perdeu, de maneira muito estranha, o título para a França, em 1998. E voltou a triunfar em 2002. A seleção brasileira ganhou cinco campeonatos mundiais. Também é a única seleção que participou de todas as Copas do Mundo desde 1930, quando começou esse tipo de torneio internacional.
Não é por acaso que virou lugar comum definir o Brasil como o “país do futebol”. Não é à toa que, em pesquisa recente sobre a Copa, cerca de 30% dos entrevistados consideram que o resultado pode influenciar de alguma maneira no voto do cidadão nas eleições de outubro.
Franco favorito para sagrar-se hexacampeão mundial de futebol, deixando outras seleções bem para trás, pois só chegaram ao “tri” até o momento, o jornalista esportivo Juca Kfouri teorizou sobre uma possível “ação”, uma eventual manobra da FIFA para impedir que o Brasil traga o título. Pura especulação que gerou muita polêmica.
Então, o raciocínio é o seguinte: se o Brasil vier com o título, melhora o humor do brasileiro, mas causa forte desequilíbrio no futebol mundial ter uma seleção seis vezes campeã, enquanto umas poucas chegaram, no máximo, ao tri. Teorias e pesquisas à parte, o importante, agora, é a seleção, a “Pátria de chuteiras”. Traz o hexa, Brasil!
João Carlos de Rosis é diretor do Sindicato.