Economistas lançam manifesto contra juro alto
Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem criticado duramente o Banco Central, agora independente, conduzido por Roberto Campos Neto. Na segunda-feira (6), em discurso na cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como presidente do BNDES, ele afirmou que “não tem nenhuma justificativa para que a taxa de juros esteja em 13,75%”. Segundo Lula, “é uma vergonha”.
O juro alto não beneficia em nada o trabalhador. Ele é bom apenas para o chamado “mercado” que são os investidores que ganham muito dinheiro no mercado financeiro e os bancos que cobram juros altos no cheque especial e no cartão de crédito, deixando o trabalhador cada dia mais endividado.
Neste sábado (11), um grupo de economistas lançaram um manifesto em que pedem a “razoabilidade” da taxa básica de juros, a Selic. O abaixo-assinado está na plataforma Change.org, o texto já tinha cerca de mil assinaturas até o início da tarde de sábado.
“A eleição de outubro renovou as esperanças de que o Brasil possa reencontrar os caminhos para a estabilidade política e um lugar respeitável no mundo. O Brasil precisa de paz e de perspectivas. O mundo precisa da estabilidade do Brasil”, diz o documento. Os signatários afirmam que “a superação dos desafios brasileiros só pode ser alcançada com uma nova política econômica, promotora de crescimento e prosperidade compartilhada”.
O que eles chamam de razoabilidade da taxa de juros é, de acordo com os economistas, “condição indispensável para a normalidade econômica”. Sem essa condição, na opinião deles, os investimentos necessários ao país não prevalecerão ante as aplicações financeiras. Do mesmo modo, “as remunerações do trabalho e da produção” perderão para a especulação, asseguram.