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Postado em: 22/11/2020 - 12h41 | Redação

Vergonha: Bolsonaro nega racismo e ataca protestos

O discurso do presidente Jair Bolsonaro na cúpula do G20 no último, sábado (21), gerou vergonha e indignação nos brasileiros. Sem fazer referência explícita ao crime de racismo em que dois seguranças de loja do Carrefour em Porto Alegre mataram por asfixia o negro João Alberto Silveira Freitas, Bolsonaro disse que o Brasil tem uma cultura diversa, única entre as nações.

Bolsonaro também atacou os movimentos sociais, que se manifestaram contra a morte no Carrefour. “Foi a essência desse povo que conquistou a simpatia do mundo. Contudo, há quem queira destruí-la. E colocar em seu lugar ou conflito, o ressentimento, o ódio e a divisão entre raças. Sempre mascarados de lutas por direitos igualdade ou justiça social. Tudo em busca de poder.”

“Inaceitável! Ao negar a existência do racismo na reunião da cúpula do G20, Bolsonaro choca o mundo e reafirma o discurso racista feito por Mourão ontem”, disse o candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, nas redes sociais, referindo-se ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão.

Questionado se creditava o assassinato de João Alberto a um ato racista, Mourão negou e fez uma comparação grotesca com os Estados Unidos ao reafirmar seu posicionamento dizendo que  lá o “pessoal de cor” andava separado na escola, o que não aconteceria no Brasil. Ou seja, para justificar a sua fala, usou um termo racista, ao referir-se aos negros como “pessoas de cor”.

Segundo o colunista do Uol Jamil Chade, as declarações de Bolsonaro provocaram constrangimento e choque entre algumas delegações estrangeiras e até indignação entre as agências da ONU. “Uma parcela das delegações não entendeu imediatamente do que se tratava. Mas, para quem acompanhava a situação no Brasil, a atitude foi considerada como um ato “sem sintonia” com o discurso de direitos humanos das entidades internacionais, principalmente num momento em que a pandemia afeta de forma desproporcional a parcela mais vulnerável da população”, escreveu o jornalista.

*Com informações da Rede Brasil Atual